Não uso sobrenome. Meus sobrenomes me lembram que minha família preta era propriedade de alguém, que lhes roubou o nome, a história, a subjetividade, o corpo. Me lembram de abandono, ausência, violências. Não uso sobrenome porque essa história acaba em mim, porque não caibo e não caberei. Das certezas da vida só o erro e a morte. Erremays.

De 2015 até a pandemia de 2020 existi sob o nome de Luara Erremays.
r
R!
R+
errei
é rei
e é rainha


(Silvana Rodrigues)